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Cirurgia de McLaughlin Artroscópica para Luxação Posterior Crônica do Ombro, descrição de Técnica

Publicado em: 2 de fevereiro de 2021 por Naeon
Publicações Científicas

Apresentado
Congresso Latino-Americano de Cirurgia de Ombro e Cotovelo
2009-Porto de Galinhas-Brasil

Introdução
A luxação posterior do ombro(LP) é de diagnóstico e tratamento sabidamente difícil. A lesão de McLaughlin está
frequentemente associada à LP e seu tratamento tem sido decisivo para evitar a reluxação. Desenvolvemos uma técnica artroscópica para LP com lesão de McLaughlin.

Materiais e Métodos
Técnica cirúrgica: Após anestesia geral e posicionamento em cadeira de praia, o ombro luxado é reduzido com
manipulação e confirmada pela radioscopia. O artroscópio é introduzido no portal posterior e a visão intraarticular mostra
a extensão da lesão. Através do portal anterior o intervalo rotadoor é aberto e o músculo subescapular isolado. O
artroscópio é colocado no portal lateral e o espaço subdeltóide é explorado. O artroscópio retorna para o portal posterior e uma âncora é inserida no ângulo da fratura em seu ponto médio. Com visão intraarticular e subdeltóide, o músculo subescapular é suturado ao ângulo da fratura. Duas outras âncoras são introduzidas na borda articular da fratura e o músculo subescapular também é suturado nesses pontos como ombro em rotação externa, afim de aproximar a fratura
do subescapular. Essa reconstrução causa o efeito de “remplissage” reversa em dupla fileira com maior cobertura
óssea. Reabilitação: O paciente é deixado em tipóia comum por 5 semanas. A partir da segunda semana os exercícios
pendulares são estimulados 2 vezes ao dia. A partir de 5 semanas pós-operatório o paciente é liberado da tipóia e a
fisioterapia é iniciada.

Resultados
Devido à pouca prevalência dessas lesões, temos apenas um caso feito em nosso serviço. Nosso paciente está no
quarto mês pós operatório, e apresentou perda de rotação interna de cerca de 20º e 10º de elevação em relação ao lado contralateral. A perda de rotação interna é esperada na mesma proporção angular da perda óssea para essas lesões.

Discussão
Nosso trabalho tem a intenção de demonstrar a técnica ciúrgica e discutir sua viabilidade. Técnica similar foi
desenvolvida por outro autor mas devido à inserção da âncora apenas na borda óssea a fixação pode ser débil e haver tendência à não fixação óssea adequada e consequente perda da cirurgia. A perda angular no caso operado foi um pouco menor que a perda angular óssea possivelmente por adaptações da articulação escápulo-torácica como já observado em nossas cirurgias abertas pregressas. É importante salientar que essa técnica descrita tem função apenas em lesões graves de McLaughlin. Em casos de instabilidade sem perda óssea expressiva a reconstrução da lesão de Bankart reversa por artroscopia tem apresentado os melhores resultados de acordo com a literatura atual.